O EGO

Quem não gosta de si?

Possivelmente, há quem não goste. Possivelmente, há muitos mais que gostam! Concebidos, nascidos e criados de forma diferente, cada qual tem a legitimidade de gostar de si. Cada um cria o seu mundo ideal e centra-se naquilo que faz e diz. O egocentrismo será sempre de salutar, desde que este não prejudique os outros.

Um egocentrismo demasiadamente centrado, exacerbado, ultrapassando tudo e todos fica muito próximo do teocentrismo.

Continuo a lamentar-me pelo facto de viver tempos em que cada um não respeita o próximo. Política, futebol, entre outros, sobrepõem-se aos valores e à educação.

E é sobre a geração dos adultos que foco este meu texto. Como podemos exigir às nossas crianças e jovens o que quer que seja?

Vão desaparecendo os que aprenderam a viver sem nada e a ter o essencial, ao mesmo tempo que coabitam os que tiveram tudo e não deixam nada.

O ego ocupou o lugar da partilha, do respeito e da educação. Esse é o mesmo ego que impeliu guerras tão atuais.

Tenho-me lembrado, ultimamente, da simplicidade, honestidade e espirito de união com que se faziam as desfolhadas, vindimas e tantas outras atividades (verdadeiramente comunitárias).

Tudo isto se foi perdendo, infelizmente…

Em vez de se cantar conjuntamente, preferimos criticar individualmente “tudo o que mexe”…

Enfim, salvou-se o EGO!

Guardem-no e levem-no para bem fundo!

Cada um por si, sem que nos apercebamos que sozinhos não somos ninguém!

Há muitos, com pouco, que têm mais do que aqueles que imaginam que têm tudo.

Respeito pode ser um bom início nesta caminhada.

As nossas crianças e os nossos jovens, aqueles que são o AMANHÃ (já hoje), precisam do nosso EXEMPLO!

"Filho és, pai serás, assim como fizeres, assim acharás.”

Marco Alves, 14 de março de 2023