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DESCOBRI A INTERNET

  • Foto do escritor: Marco Alves
    Marco Alves
  • 26 de set. de 2020
  • 2 min de leitura

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Sempre fui um apaixonado pelas novas tecnologias. Muito cedo, ansiei pelos jogos eletrónicos de bolso e obtive uns três ou quatro.

Posteriormente, um ZX Spectrum 128K, em linguagem Basic, foi o meu companheiro durante anos. Inicialmente, conectado a uma televisão a preto e branco e, mais tarde, já uma a cores. Tudo ligado com um cabo RF (cabo de antena). Fiz um curso, à distância, de linguagem Basic, oferecido pelo meu pai, no valor de 38 contos.

Já nos pc’s, acompanhei e instalei quase todas as versões do Windows e assisti ao rápido desenvolvimento dos processadores e memórias RAM. Ainda me lembro das disquetes de 5¼ polegadas (133 milímetros) e, mais tarde, das de 3½ (90 milímetros).

A minha geração assistiu a um desenvolvimento veloz da tecnologia. De pouco ou nada, chegámos à geração do tudo.

A internet, outrora caríssima e lenta, é, agora, um bem essencial e indispensável na vida de todos. Contudo, a sua valorização e banalização podem demonstrar aquilo que somos, nos dias de hoje.

Tal como um filho tem dificuldade em estimar o que se coloca em cima da mesa, o seu vestuário, a sua casa e todos os seus mimos”, também, hoje, nos desprendemos de valorizar as novas tecnologias.

Se olharmos para as redes sociais, a maior parte das publicações ou comentários são de caráter negativista. Cada vez mais, ali, se vão refletindo energias negativas. Há sempre alguém com propensão para “calcar” o outro. Seja no futebol, na política ou na vida privada, surge sempre um(a) iluminado(a) que emite uma opinião rasgada (uma grande parte delas de baixo nível). Talvez seja um escape para frustrações.

Parece, afinal, que, a cada dia, procuramos, incessantemente, algo em que possamos demonstrar a nossa superioridade através da desvalorização do outro.

Os internautas perderam a respeito pelos outros e por si próprios. A expressão “a nossa liberdade termina onde começa a dos outros” não existe, atualmente.

De facto, estamos todos expostos, estamos todos sujeitos a um controlo descontrolado.

Não se deve avaliar se alguém coloca uma fotografia das férias, do seu novo carro, do seu aniversário ou de outra coisa qualquer. Cada um entende aquilo que deve ou não fazer. Quando não se prejudica o outro, cada um tem essa legítima liberdade. Está dentro da sua liberdade sem desvalorizar a do outro. Aliás, seria tudo bem mais harmonioso se as redes sociais fossem maioritariamente preenchidas com publicações e comentários positivos. Tudo seria bastante diferente, caso, nessa utilização, imperasse a responsabilidade, a compreensão, a educação e, acima de tudo, o respeito mútuo.


Marco Alves, 26 de setembro de 2020


 
 
 

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